Resenha: Sobre as Cinzas – Mônica Pimentel.

Sinopse:
Alice e Helena eram grandes amigas. Por ironia do destino, se apaixonaram pelo mesmo homem, Lui. Até quando uma amizade é capaz de resistir quando o assunto é o homem amado? Mas a vida oferece surpresas agradáveis ou não, e subitamente o casal que se forma a partir da escolha de Lui, morre em um acidente. Quem cuidará da pequena Sophia, a filha do casal? Qual das duas amigas foi escolhida por Lui e se tornou sua esposa? Alice ou Helena? Que trágico acidente mudou a história dessas vidas? Um juramento pode ser levado a serio, mesmo diante de uma amizade turbulenta?

Resenha:
Sobre as Cinzas narra a história de duas melhores amigas, Alice e Helena. Alice é a amiga forte, que sempre se doa e sempre ajuda, esquecendo até mesmo de suas próprias necessidades e vontades. Helena é sempre a amiga ajudada, a que pede conselhos e chora. Quando Lui aparece ambas se apaixonam por ele e a amizade é esquecida. De um lado, Helena dizendo que Lui é o amor de sua vida, a cura para seu coração tão machucado e exige que Alice abra mão dele (como sempre fez). De outro, Alice cansada de sempre se anular frente às vontades de Helena, diz que chegou a sua vez de viver o seu tão esperado grande amor. Após vários desentendimentos, Alice decide ir embora da cidade e dar tempo para Lui se decidir. Passado alguns anos, Alice volta para a cidade e se depara com o casamento de Helena e Lui. Com o choque e o coração partido, Alice decide não ficar entre o casal e evita ao máximo se encontrar com eles. Mas Helena acaba engravidando, e por causa de complicações no parto faz Alice prometer que caso algo aconteça com ela, é Alice quem deve cuidar de sua filha. Sophia nasce e Helena sobrevive para cuidar de sua filha. Mas um acidente acaba deixando a menina órfã e levando Alice, a disputar sua adoção com a Doutora Ágata, e a enfrentar os problemas com seu noivo. Será que Alice irá cumprir a sua promessa, ou deixará mais uma vez de fazer a sua vontade para fazer a dos outros?
Opinião:
Eu realmente gostei muito desse livro. A autora escreve de um jeito um tanto quanto filosófico, nos leva pensar e a refletir na vida em todos os aspectos. Devo dizer que me identifiquei muito com Alice, que é uma personagem tão forte e tão humana. O livro é narrado em terceira pessoa, o que nos dá uma visão mais ampla dos acontecimentos. Achei uma sacada muito original o fato de a história focar na adoção de Sophia, e não no triângulo amoroso, como tantos outros fazem. A única coisa que me decepcionou foi: o final. Eu realmente espero que Mônica escreva uma continuação, pois eu realmente preciso saber o que vai acontecer.

Frases do livro que me chamaram atenção:
“Anular. Anular-se. É isso que, constantemente, fazemos em nossos relacionamentos, quando, na verdade e o original que nos diferencia da multidão.”
“Mas a vida não é feita apenas de retas nem é uma estrada bem sinalizada que nos leva sem erros ao destino final. Não. A vida não é uma obra Shakesperiana, cujo enredo caminha para o desfecho perfeito, seja ele trágico ou cômico. A vida é bem mais machadiana, com sua ironia e realismo, deixando no ar a dúvida do que poderia ter sido, do que é ou do que será. A eterna dúvida de Dom Casmurro.”
“O que realmente a torturava era ter sido tanto tempo alguém que muitas vezes não quis ser. Precisava de um equilíbrio entre as duas Alices: a que se doava em atenção aos outros e aquela que necessitava ser cuidada e amada.”

“Sempre achei um crime ser feliz se meus amigos estavam infelizes.”

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